A Igreja de Deus vai muito bem, obrigado!

“Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade. Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória”. (1Tm 3.14-16). A igreja do Deus vivo continua firme e verdadeira.

Como avaliar o crescimento, o andamento, e a saúde da Igreja? Se pensarmos no Cristianismo não temos o que comemorar, porque ele perde espaço e influência cada dia ao redor do mundo. Na Europa e na América do Norte as igrejas protestantes perdem a credibilidade ao ponto de seus templos estarem se transformando em cinemas, restaurantes, museus e tantas outras utilidades. Aliás, estudos têm constatado há muito tempo que os templos evangélicos são os lugares mais ociosos do planeta onde existe habitação humana, o que é uma verdade.

O crescimento evangélico no Brasil é mais um inchaço religioso que um crescimento espiritual. As pessoas mudam de uma igreja para outra conforme suas conveniências, dependendo da oferta que a outra igreja faz. Muitos procuram as igrejas para melhorar de vida, arrumar emprego, receber cura física, encontrar uma pessoa para casar e barganhar com Deus. Multidões estão se convertendo ao sistema religioso das igrejas, mas sem nenhuma conversão a Cristo. O Jesus pregado na maioria das igrejas não parece com o Jesus dos evangelhos no Novo Testamento, o que implica dizer que as igrejas estão indo de mal a pior.

A Igreja do Deus vivo é coluna e baluarte da verdade. Essa igreja está para além dos templos evangélicos, das instituições religiosas, dos endereços fixos, dos CNPJs cadastrados como igrejas. O IBGE não consegue medir a dimensão de crescimento dessa igreja com a devida precisão. Ela não aparece na foto, nem no outdoor das avenidas da cidade. Essa igreja é sal fora do saleiro que se mistura com a massa de gente em todos os lugares ao ponto de não poder ser vista, mas tão somente percebida e sentida como o sal na comida. A igreja do Deus vivo é como o fermento que influencia toda a massa sem que ninguém saiba se é Royal, Fleischmann, ou outra marca, tal é sua discrição, sem diminuir com isso sua expressão.

Esse é o grande mistério da piedade: “Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória”. Essa é a verdade que leva homens e mulheres a uma vida piedosa – Jesus. O Cristo eterno se encarnou, habitou entre nós, libertou os oprimidos do diabo pelo Espírito Santo, ressuscitou de entre os mortos, ascendeu ao céu, está assentado à mão direita de Deus, tem sido anunciado entre as nações, e crido por pessoas em todos os lugares da terra. Essa Igreja vai muito bem!

Jesus disse: “edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. A Igreja do Deus vivo é indestrutível, imbatível, é eterna. Jesus despojou todos os principados e potestades do mal, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz, para nos conduzir sempre em triunfo e, por meio de nós, manifestar em todo lugar a fragrância do seu conhecimento. De modo que temos todas as provas e a certeza do amor de Deus por nós:

“Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”. (Rm 8.31-39).

A Igreja do Deus vivo não pode ser avaliada pelas instituições religiosas organizadas que se denominam de “igreja”. Essas igrejas acham que apenas aqueles que estão alistados entre seus membros são a Igreja de Deus; mas isso não tem nenhum fundamento. A Igreja de Deus é conhecida apenas por ele e não está registrada em nenhum cartório humano. Os filhos de Deus estão espalhados por todos os lugares da terra, vivendo em situações as mais variadas possíveis. Muitos dos filhos de Deus mostrados nos evangelhos não seriam aceitos hoje nas igrejas históricas organizadas porque seriam tidos como joio, quando na verdade são trigo de Deus. Por isso mesmo Jesus disse que publicanos e meretrizes precederão os religiosos no reino de Deus. Os templos caem e se esvaziam, mas a Igreja de Deus está sempre firme.

A Igreja é feita de gente que a religião não aceita. Os evangelhos estão cheios de exemplos de pessoas marginalizadas e rejeitadas pela religião e que eram aceitas por Jesus. Fariseus, escribas e saduceus ficavam furiosos ao verem Jesus comer e beber com pessoas de má fama – publicanos, prostitutas, gentios. Jesus foi chamado de amigo de pecadores, coisa que os religiosos e até mesmo os discípulos de Jesus não eram. Os religiosos não amam o próximo e nem amam a Deus porque estão presos e dependentes de sua própria justiça e desempenho espiritual. Apenas pecadores falidos que aceitam o perdão de Deus como expressão de sua graça é que o amam de verdade, porque a quem muito se perdoa, muito ama.

A religião rejeita pessoas como o bom samaritano, Zaqueu, a pecadora que regou os pés de Jesus com lágrimas e os enxugou com seus cabelos, as crianças trazidas pelos pais para serem abençoadas por Jesus, o discípulo que expulsava demônios em nome de Jesus mas que não fazia parte do grupo apostólico, e todos os que não se enquadram no sistema engessado das igrejas, mas Jesus diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. Por isso, a Igreja do Deus vivo vai muito bem, porque ela acolhe a todos.

A Igreja de Deus está muito bem, porque Deus nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo, ou seja, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo. Jesus é a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem, nos dando da sua plenitude e graça sobre graça. Ele é o nosso Advogado junto ao Pai e o mesmo que perdoa todos os nossos pecados e não somente os nossos próprios, mas os do mundo inteiro. A Igreja de Deus está bem porque o vento do Espírito sopra onde quer alcançando e libertando os que não têm religião, que não frequentam as igrejas tradicionais, mas que aprendem a amar a Deus e ao próximo como a si mesmos vivendo pela fé para a glória de Deus.

Antonio Francisco – Cuiabá, 3 de janeiro de 2014 – Voltar para Um novo caminho.

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