A situação dos mortos

O que acontece quando uma pessoa morre? Tudo acaba ou a vida continua numa nova realidade a partir do que findou aqui? Existem diversas reações quando o assunto é morte. A atitude de muitos é negar a morte sem querer pensar no assunto; outros riem da morte zombando dela; outros têm um temor irracional em relação à morte, sofrem de necrofobia (o medo patológico da morte).

Quem chega a esse ponto vive pela metade, para não dizer atormentado, inseguro. Mas, como se não bastasse, quem convive com pessoas assim também sofre com o comportamento negativo e doentio de tais pessoas.

Ainda outro modo comum de considerar a morte, é compará-la a uma ponte, uma passagem, um estado intermediário da vida temporal para o estado eterno. Várias crenças e religiões oferecem respostas sedutoras na tentativa de remover o pavor da morte. A verdade é que não podemos fugir da realidade da morte. Isso é muito importante, pois, a maneira como encaramos a morte, determina a maneira como encaramos a vida. Só sabe viver, quem sabe morrer.

Os crentes de Tessalônica tinham um entendimento vago sobre a vida após a morte. Na verdade eles eram ignorantes sobre esse assunto, e Paulo queria ajudá-los. Por isso lhes escreveu dando instruções sobre a situação dos mortos.

“Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4.13-18).

Nenhum de nós é perito em morte, nenhum de nós tem experiência com a morte, pois isso só acontece uma vez com cada um de nós, e ninguém volta para compartilhar a experiência. Mesmo os casos de EQM (experiência de quase-morte) pouco dizem ou nada garantem sobre o assunto. Por isso existe muita ignorância quando se trata da morte. Mas, para os que creem no que a Bíblia ensina, existem informações suficientes para tranquilizar qualquer mortal com respeito aos mortos. A morte é comparada 14 vezes no Novo Testamento ao sono, para descrever a morte do cristão. É uma metáfora que mostra que a morte perdeu o poder de apavorar aos que creem. O apóstolo Paulo chegou a ironizar com a morte quando escreveu: “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15.54-57). Escreveu mais: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro”. Ele desejava partir para estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor que continuar aqui (Fp 1.21, 23). Diante da morte, a tristeza não deve abater os que creem em Jesus, como acontece com os demais que não têm esperança, e que sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder (2Ts 1.9).

A morte e a ressurreição de Jesus é o firme fundamento de nossa segurança eterna. A misericórdia de Deus nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo (1Pe 1.3). Ele foi o primeiro a ressuscitar; depois, nós os que cremos em Cristo ressuscitaremos na sua vinda, isto é, os que morreram (1Co 15.23), pois, os que estiverem vivos quando o Senhor retornar serão arrebatados juntamente com os que ressuscitarem e vierem com ele depois da ressurreição. Assim, haverá um encontro com o Senhor nos ares entre os que morreram e os vivos transformados e arrebatados (1Co 15.51-52).

Esse dia será glorioso. A partir de uma ordem do Senhor, o arcanjo falará e tocará a trombeta de Deus. Depois disso o Senhor descerá dos céus para o encontro entre nuvens dos mortos vivos e dos vivos que não morreram, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Devemos consolar uns aos outros com estas palavras. É verdade que a tristeza nos atinge quando perdemos entes queridos e amigos pela morte, mas não devemos perder jamais a esperança da glória de Deus através de Cristo em nós (Cl 1.27). “Ora, Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos; porque para ele todos vivem” (Lc 20.38). “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8).

Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso corpo enfraqueça, adoeça, envelheça, e por fim morra, contudo, interiormente somos renovados dia após dia. Os nossos sofrimentos aqui são leves e passageiros comparados com a glória densa e eterna que nos aguarda. Assim, não damos atenção às coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporárias, e as que não se veem são eternas (2Co 4.16-18). Depois da morte seremos completamente consolados e descansaremos de toda fadiga desta vida (Ap 14.13; 21.4). A nossa pátria está nos céus; de lá aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará o nosso corpo mortal, para ser igual ao seu corpo glorioso, fará isso pelo poder que ele tem de dominar todas as coisas (Fp 3.20-21). Desse modo, não precisamos temer a morte. Ela é como um passageiro vale, apenas como uma sombra que nos envolve por um pouco. Mas logo estaremos para sempre na casa de nosso Pai celeste.

Antonio Francisco - Cuiabá, 18 de novembro de 2011 - Voltar para Mensagens.

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