Ai das igrejas impenitentes!

Jesus falou contra muitas cidades onde operara muitos milagres sem que elas se arrependessem. Ele censurou a frieza de sua geração que não dançava com música nem pranteava com lamentos. Era um povo insatisfeito e crítico que sofria com o jeito reservado de João Batista e não aceitavam o jeito sociável de Jesus que comia e bebia com alegria na companhia dos marginalizados pela religião.

“Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido com pano de saco e cinza. E, contudo, vos digo: no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras. Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje. Digo-vos, porém, que menos rigor haverá, no Dia do Juízo, para com a terra de Sodoma do que para contigo” (Mt 11.21-24). Quem mais recebe mais será cobrado. Isso se aplica às igrejas.

Jesus fala de cidades que não tiveram o privilégio de presenciar tantos milagres, enquanto outras que os receberam se mostraram empedernidas. Ficar indiferente diante do poder gracioso de Jesus é considerar vã a graça de Deus. Enquanto Corazim e Betsaida deram as costas para Jesus, Tiro e Sidom poderiam ter profundo arrependimento se tivessem conhecido o que aquelas rejeitaram. Quem mais recebe será mais cobrado. O Juízo final será maior para uns que para outros. Os que erram por ignorância terão menor punição do que aqueles que receberam muito, pois muito deles será exigido.

Muitos têm recebido, mas não têm se arrependido. Muitos têm adquirido conhecimento, mas desconhecem o quebrantamento. O saber envaidece, mas o amor edifica. A eternidade surpreenderá a muitos orelhudos de corações gelados. O conhecimento sem entendimento é uma lástima, e o entendimento sem obediência é uma miséria. Palavras como, pertencer, participar, saber, conhecer, contribuir, e fazer, nada significam até que Jesus seja o Senhor de nossas vidas.

Cafarnaum foi a cidade residente de Jesus durante o seu ministério na Galileia. Ela parece ter se orgulhado disso, mas Jesus disse que ela desceria ao inferno. Ai daqueles que contam vantagens próprias diante de Deus ainda que para os outros se mostrem humildes. Ai daqueles que se sentem seguros diante de Deus porque não devem na praça e ninguém pode lhes acusar de nenhum crime contra o código civil ou penal. Cafarnaum se orgulhava da presença de Jesus, mas não percebia ser pior que a violenta, depravada e impiedosa Sodoma. Ai daqueles que se firmam em tradições, que se escondem em confissões coletivas e se iludem com os fundamentos podres da instituição religiosa. Ai daqueles que negociam a consciência por não terem coragem de pregar todo o conselho de Deus. Ai dos donos de igrejas que se jactam de serem os sustentáculos dos mausoléus que conservam. Ai daqueles que procuram pregadores que lhes façam coceiras nos ouvidos. Ai daqueles que perseguem os profetas de Deus porque nunca aprenderam a andar conforme o Evangelho de Jesus. Morar na cidade de Jesus, não é o mesmo que ter Jesus morando em nós. O Dia do Juízo revelará isso.

O apóstolo Paulo começou seu ministério itinerante priorizando pregar para os judeus. Ele procurava as sinagogas, local de reuniões, e ali anunciava o evangelho. Mas tamanha foi a oposição e a blasfêmia dos judeus contra ele e as boas notícias de Jesus, que Paulo sacudiu as vestes e disse-lhes que ficassem com as consequências, pois ele tinha feito a parte dele. Dali saiu do meio dos judeus em busca dos gentios, aqueles que não eram judeus. A rejeição do evangelho geralmente acontece entre aqueles que não largam a Bíblia, mas não suportam ouvir a verdade que os confronta.

Ai daqueles que examinam as Escrituras, mas não querem receber a vida que Jesus oferece, pois ela comprometeria o estilo nababesco em que vivem. Ai daqueles que oferecem sobras fartas e se acham melhores do que aqueles que oferecem todas as migalhas que têm. Ai daquelas igrejas que avaliam as bênçãos de Deus pelas coisas que têm e pelo templo confortável que constroem para si mesmas em nome de Jesus.

Antonio Francisco - Cuiabá, 29 de junho de 2011 - Voltar para Um novo caminho.

Comentários

Josymar disse…
"Palavras como, pertencer, participar, saber, conhecer, contribuir, e fazer, nada significam até que Jesus seja o Senhor de nossas vidas."
Disse tudo. =D