Caminho mulheres

“Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada. Dai-lhe do fruto das suas mãos, e de público a louvarão as suas obras” (Pv 31.30-31). O temor do Senhor é a maior virtude de uma mulher. A beleza feminina ultrapassa a epiderme com uma vida graciosa e bela, assim como a feiura que atinge até os ossos. A beleza externa não se iguala à beleza interior do coração.

"Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gn 1.26-27). Homem e mulher são igualmente imagem e semelhança de Deus. Ambos são responsáveis pela criação. A mulher é auxiliadora do homem na administração (Gn 2.18-20), e uma só carne com ele na relação conjugal (Gn 2.24-25).

Deus conferiu ao homem a prioridade de responder perante ele, mas Deus fala igualmente com a mulher (Gn 3.8-9,13; 5.2). Deus criou a mulher como auxiliadora idônea (Gn 2.18). Então, não podemos confundir as diferenças de funções nas relações e a constituição física, como expressões de inferioridade. A mulher é tão capaz moral, mental e espiritualmente quanto o homem. Não há lugar para a guerra dos sexos, pois, assim como a mulher provém do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus (1Co 11.12).

Os homens precisam reconhecer de fato que as mulheres são idôneas. Isso foi dito pelo próprio Deus. As igrejas não reconhecem essa idoneidade devidamente. Muitas coisas devem ser consideradas nesta questão. Não é o caso aqui, mas esse assunto deverá ser considerado seriamente.

É interessante observar que a mulher entrou diretamente no projeto da redenção. Ela aparece no que os teólogos chamam de proto-evangelho (Gn 3.15). E quando chegou o tempo exato de Deus, veio Jesus, nascido de mulher (Gl 4.4). O Verbo eterno se fez carne no ventre de uma mulher; logo, a mulher pode usar o verbo (palavra) para falar de Jesus. A mulher tem direito à palavra devidamente.

As mulheres faziam parte do grupo de discípulos que andavam com Jesus. Elas lhe auxiliavam com seus bens e serviam como verdadeiras diaconisas no cotidiano do mestre (Lc 8.1-3). No ministério do apóstolo Paulo também havia lugar para as mulheres que lhe auxiliavam e cooperavam com a expansão do reino de Deus (Rm 16.1-2). Elas estavam ao pé da cruz e foram as primeiras a anunciar a ressurreição de Jesus (Jo 19.25; 20.11-18). Estavam entre os que aguardavam a vinda do Espírito Santo para recebê-lo igualmente como os homens (At 1.12-14).

O Novo Testamento não ignora as diferenças culturais e conjugais entre homem e mulher, mas revoluciona quando diz: “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28). As diferentes que existem entre homens e mulheres não são para subestimar jamais o lugar da mulher em qualquer contexto da vida.

Na Igreja de Jesus não pode haver diferenças étnicas (judeu e grego), sociais (escravo e liberto), e sexuais (homem e mulher). No passado era escândalo as mulheres falarem em público. Hoje o escândalo é proibi-las de falar. As igrejas ainda estão cheias de preconceitos contra as mulheres como se vivéssemos no oriente do primeiro século.

O movimento “Caminho Mulheres” na Comunidade do Caminho consiste em valorizar devidamente as mulheres. Entre nós a mulher jamais deve ser discriminada como inferior, porque de fato não é. Pelo contrário, como templo do Espírito Santo, e com a sensibilidade inerente à mulher, cremos que esse movimento será dinâmico e frutífero para a glória de Deus e o bem de todos.

Antonio Francisco - Cuiabá, 2 de maio de 2011 - Voltar para Mensagens.

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